UIT aprova relatório sobre a relevância do satélite para o 5G

A UIT – União Internacional de Telecomunicações – aprovou, no dia 5 de julho, um relatório sobre a integração do satélite no 5G, desenvolvido pela Administração Brasileira com a colaboração das empresas do setor de satélites. A publicação foi disponibilizada na segunda semana de agosto e significa muito para o setor. Apesar de ser uma declaração técnica e operacional, ou seja, nãose trata de um documento mandatório a ser seguido por todos os Estados-Membros, o relatório é um reconhecimento da UIT da importância do satélite como parte do ecossistema das redes 5G. Além disso, o relatório fornece os principais requisitos técnicos das redes de satélites e casos de uso na integração de soluções via satélite ao 5G, que merecem consideração.

O relatório foca em como os satélites são capazes de suportar os vários cenários que serão trazidos pelas Tecnologias de Acesso de Próxima Geração, a chamada Next Generation Access Technologies (NGAT), que foi idealizada para ser altamente avançada, ubíqua, perfeitamente integrada em sua heterogeneidade de modo a ser a “rede das redes” e concebida desde o início para prover um amplo espectro de serviços e aplicações.

O texto apresenta várias categorias de demandas que o satélite será capaz de atender como: vídeo, incluindo multicasting e caching; navegação; clima; tráfego e outros dados ambientais; Internet das Coisas, comunicação em plataformas móveis (aviões, veículos, navios, trens), entre outras.

Considerando que os satélites têm a capacidade de cobrir uma vasta área e, em muitos casos, têm alta capacidade produtiva, o relatório assinala duas vantagens importantes: a escalabilidade, aproveitando recursos de multicast por uma grande área com caching local simultâneo em nuvem o mais próximo possível do usuário final, obtendo-se significativos benefícios de multiplexação  levando a um uso global mais eficiente do espectro, além de  serviços mais confiáveis; e  a rápida implantação de conectividade: as estações terrenas  podem ser rapidamente implementadas para conectar qualquer lugar dentro de sua área de cobertura,  permitindo conexão de cidades, vilarejos, negócios e domicílios com ótima qualidade de serviço. Além disso, redes de satélites são resilientes a ataques físicos e desastres naturais – uma característica que atende à demanda por comunicações seguras.

O relatório também apresenta quatro casos d  uso de soluções baseadas  no satélite que podem integrar e suportar as tecnologias de acesso de próxima geração:  : Trunking and head-end-feed; Backhauling e multicasting tower feed; Comunicação em movimento e; multiplay híbrido.

Esses casos são caracterizados por sua escala: de algumas centenas ou milhares de sites no caso do Trunking e Head-end-feed para, potencialmente, milhões, no caso das comunicações em movimento e multiplay híbrido, bem como a habilidade de ser fixa ou de ter mobilidade da plataforma conectada via satélite.

O relatório da UIT ainda destaca as principais evoluções da tecnologia satelital  como os satélites HTS, MEO e LEO e dos equipamentos de terra que, na medida em que os terminais de comunicação por satélite tornam-se continuamente mais baratos, menores e mais eficientes, novas antenas também tem sido trazidas ao mercado, sem componentes mecânicos, contado com softwares e eletrônicos para transmissão e sendo ideais para plataformas móveis como carros, barcos ou aviões.

Por fim, relatório da UIT aborda os principais requisitos técnicos que precisam ser considerados para que as redes de satélite possam prover soluções eficientes para as Tecnologias de Acesso de Próxima Geração, destacando requisitos como suporte multicast, suporte Unicast, “inteligent routing”; Gerenciamento dinâmico de cache e suporte a streaming adaptável; Latência, entre outros.

Com relação à latência, o relatório diz que para aplicativos NGAT com requisitos de baixa latência (por exemplo, Internet tátil, realidade virtual), os satélites podem desempenhar um papel importante no fornecimento de conectividade para complementar ou interconectar redes para fornecer esses aplicativos.

Devido a recursos que incluem ampla cobertura, implantação rápida, multicast inerente às redes por satélite, espera-se que esses sistemas, integrados com Tecnologias de Acesso de Próxima Geração, o 5G, forneçam soluções de rede globalmente. Ambos os sistemas de satélites geoestacionários e não-geostacionários têm um papel crucial a desempenhar nesse contexto.

A UIT é a agência da ONU que tem por escopo padronizar e regular os serviços de radiocomunicações em âmbito internacional composta por todos os 193 países membros da ONU e por mais de 700 entidades do setor privado e acadêmico.

Para ler o relatório completo, clique aqui.