Manutenção de satélites em órbita começa a ser realidade

OSAM-1

Atualmente, existem cerca de 4.852 satélites em órbita e em pleno funcionamento, desempenhando papéis cruciais em comunicações, sensoriamento remoto e outras tarefas. Quase todos lançados com o pressuposto de que não há como consertar um satélite no espaço, se houver algum problema. E também que a vida útil do satélite estará condicionada a existência de combustível, aproximadamente 15 anos. Após esse prazo, o satélite torna-se inevitavelmente lixo espacial. A boa notícia é que já existem iniciativas para reparar e prolongar a vida útil desses artefatos.

Missões espaciais com o objetivo de realizar inspeções, manutenção, reparo e reabastecimento de satélites em órbita, já estão sendo viabilizadas. A NASA, por exemplo, vem preparando a missão OSAM-1 (On-orbit Servicing, Assembly, and Manufacturing-1) para demonstrar a capacidade de reparar e atualizar satélites na órbita da Terra.

A missão enviará uma espaçonave robótica e todos os equipamentos necessários para consertar, reabastecer ou prolongar a vida útil dos satélites, mesmo que não tenham sido projetados para serem atendidos no espaço. É o caso do Landsat 7, satélite do governo americano, escolhido para ser reabastecido nessa primeira missão, que deve ocorrer em 2025, e que fica a cerca de 705 km da Terra.

A espaçonave OSAM-1 incluirá uma carga útil anexada chamada Space Infrastructure Dexterous Robot (SPIDER). O SPIDER inclui um braço robótico leve de 5 metros (16 pés), elevando para três o número total de braços robóticos voando no OSAM-1. O SPIDER também reunirá sete elementos para formar uma antena de comunicação funcional de 3 metros. A antena montada roboticamente fará a transmissão da operação em banda Ka com uma estação terrestre.

O objetivo inicial da missão OSAM-1 é fazer reparos e manutenção de satélites já lançados, mas, a longo prazo, também será construir e montar equipamentos em órbita. Por isso, a carga útil do SPIDER também fabricará uma viga composta leve de 32 pés (10 metros). O elemento de montagem e fabricação da demonstração verificará a capacidade de construir grandes estruturas de espaçonaves em órbita.

Para a NASA reparar satélites, ao invés de abandoná-los sem uso na órbita da Terra, ajuda a diminuir os detritos espaciais e proporciona um futuro mais sustentável para a exploração espacial.

A primeira missão de extensão de vida de satélites

Apesar da relevância para a indústria espacial, a missão OSAM-1 da NASA não é a pioneira em reabastecimento de satélites. Em fevereiro de 2020, ocorreu a primeira missão de extensão de vida (MEV-1) de satélite em órbita. O veículo de extensão de missão da Northrop Grumman, completou seu primeiro acoplamento a um satélite geoestacionário, o Intelsat IS-901, cujo combustível estava quase esgotado, aumentando sua vida útil por mais cinco anos, aproximadamente 25% da vida útil total de um satélite desse tipo. Foi a primeira vez que dois satélites comerciais acoplaram para a realização deste tipo de missão.