Conheça Moonlight, o projeto da ESA que levará conectividade à Lua

Mais de cinquenta anos depois da última ida da humanidade à Lua, algumas agências espaciais ao redor do mundo voltaram a se preocupar com o assunto, planejando novas missões de exploração do satélite natural da Terra. Agora, os objetivos não são mais apenas a ida, mas a permanência na Lua, de modo a aproveitar tudo o que seu ambiente extraterrestre pode nos oferecer em termos de pesquisa.

Missões lunares não têm sido muito populares nas últimas décadas por uma série de motivos, é um deles tem a ver com a ausência de um sistema de comunicação e navegação eficientes no local. Na Terra, os satélites artificiais têm tido um papel muito importante de providenciar esses sistemas de modo cada vez mais aprimorado aos seres humanos, e, pensando nisso, a Agência Espacial Europeia (ESA) teve a ideia de levar a tecnologia dos satélites até a Lua.

Se trata do projeto Moonlight, que nasce justamente neste contexto de planos de retorno à Lua pela humanidade. A ideia é levar conectividade por meio de uma constelação de satélites que orbitarão a Lua e conseguir um sistema de comunicação e navegação que facilitará novas missões lunares no futuro. A iniciativa também contará com etapas anteriores que servirão de teste e estabelecerão as condições para a implementação do sistema.

Os benefícios do uso dos satélites para criação de um sistema eficiente de comunicação e navegação na Lua são inúmeros. Em primeiro lugar, um serviço deste tipo que seja compartilhado removerá complexidades desnecessárias das futuras missões lunares. Não haverá a necessidade de se preocupar com a questão, o que não apenas reduzirá custos, mas permitirá que os envolvidos foquem apenas no objetivo principal da missão e tenham mais espaço físico disponível em suas aeronaves para isso.

A redução de custos e complexidade vai permitir que agências espaciais de países menores também possam planejar e executar suas próprias missões lunares, mas não é a única consequência do uso de satélites neste caso. Com uma constelação dedicada à Lua, as próximas missões poderão fazer o que antes não era possível, como o pouso de equipamento científico e o estabelecimento de observatórios em qualquer lugar da superfície lunar, tudo isso por causa da conectividade que haverá entre a Terra e qualquer ponto do satélite natural.

Atualmente, dois consórcios de empresas europeias estudam como transformar o projeto Moonlight em realidade. A iniciativa de utilizar a tecnologia dos satélites na Lua, que mudará drasticamente a forma como exploramos o espaço, está prevista ainda para esta década.