Banda Q/V: Um novo caminho para os satélites

A chegada das novas redes 5G envolverá o uso combinado e simultâneo de várias tecnologias de comunicação. O satélite será uma das mais importantes por causa da abrangência e alcance do sinal e passará a ser ainda mais exigido pelas novas redes mistas e integradas. A questão é que o acréscimo desta nova e revolucionária rede exigirá ainda mais dos satélites, que hoje têm de atender à demanda de aplicações tão diversas como broadcasting, mapeamento e monitoramento terrestre, meteorologia, defesa e banda larga.

A indústria tem pensado em soluções. Historicamente, ela já vem fazendo movimentos no sentido de possibilitar o aumento dessa capacidade. Passou da banda C para a banda Ku, depois da Ku para a banda Ka e, recentemente a banda Q/V entrou no radar da indústria como uma opção que será importante para ajudar a suportar o crescimento da demanda por aplicações que requerem altas capacidades. Já está sendo construído o primeiro satélite para a operação comercial nesta faixa de frequência. Um dos objetivos iniciais de utilização das bandas Q/V é como enlaces de alimentação da própria banda Ka, liberando essa faixa para o acesso a usuários. Porém o uso para terminais de usuários nas bandas Q/V virá logo a seguir.

O serviço fixo por satélite (FSS) tem alocação nas bandas Q/V entre 37,5 e 51,5 GHz, dentro da chamada faixa EHF (Extremely High Fraquency) do espectro. É importante ressaltar que dentro das faixas alocadas para o FSS, existe uma sub-alocação para serviços de alta densidade (High Density FSS, ou simplesmente HDFSS) que será crucial para futuros serviços de ultra branda larga ao usuário final: 40-42 GHz espaço-Terra, 48.2-50.2 GHz Terra-espaço (HDFSS para a Região 2 da UIT, que representa as Américas).

O uso desta faixa aumentará ainda mais a performance da próxima geração de satélites HTS (High Throughput Satellite) na medida que dará muito mais flexibilidade e alternativas nos links de rede dos satélites entre os terminais de usuários nas bandas Ka e Q/V (na parte do espectro HDFSS), além de Hubs usando todo o restante das bandas Q/V.

A necessidade de mais capacidade nos futuros satélites a serem comercializados sobre o Brasil e em todo o mundo com a chegada das novas redes 5G já é algo definitivo. Isto somente será viável com o uso intensivo de faixas de frequência, não apenas das atuais bandas C, L, Ku e Ka, mas também com a nova capacidade de transmissão via satélite a ser introduzida pelas bandas Q e V.