A próxima geração de transmissão de televisão digital terrestre, projetada para substituir o atual padrão de TV digital, o ISDB-Tb, já está sendo desenvolvida no Brasil. É a chamada TV 3.0.
A expectativa é que a TV 3.0 ofereça uma série de melhorias tecnológicas, incluindo maior qualidade de imagem (UHD, ultra HD) e som digital imersivo, melhor eficiência na transmissão e na recepção de sinal e principalmente uma integração profunda com serviços de internet, aplicativos diversos integrados e conteúdos sob demanda.
Será um salto significativo em qualidade, interatividade e personalização, transformando a televisão em uma plataforma mais avançada e conectada à internet, em comparação com a TV digital terrestre tradicional.
A TV 3.0 será uma TV híbrida, mesclando a transmissão via radiodifusão tradicional com conteúdos online, como streaming de vídeos e serviços sob demanda, permitindo uma navegação mais fluida entre programação ao vivo e conteúdos digitais. Ela suportará uma gama mais ampla de interações, como escolha de câmeras durante eventos ao vivo, votações em tempo real e conteúdo adicional sincronizado com a transmissão.
Novos modelos de negócios
A exemplo do que ocorre nos meios digitais, os anúncios na TV 3.0 poderão ser personalizados para o espectador com base em seus hábitos de visualização e preferências, com recomendações personalizadas sobre programação baseadas no histórico de consumo do espectador. Permitirá ainda que as emissoras adaptem a programação para diferentes regiões e públicos de forma mais eficiente, com mais possibilidades de segmentação de conteúdo. Tudo isso criará novos modelos para as emissoras, tanto no que se refere à programação, quanto a comercialização de espaços.
A TV 3.0 também oferecerá a sincronização multitelas, ou seja, permitirá que dispositivos móveis interajam com o conteúdo transmitido na TV, oferecendo experiências complementares (por exemplo, ver informações adicionais no celular enquanto se assiste a um programa). Integração com plataformas de jogos ou até mesmo com serviços financeiros e de compras diretamente pela TV.
Os satélites e a TV 3.0
Os satélites de comunicação desempenharão um papel crucial na distribuição da nova TV 3.0 no Brasil, uma vez que serão responsáveis por garantir que o sinal de televisão digital UHD de última geração chegue a todas as regiões do país, incluindo áreas remotas e de difícil acesso.
A TV 3.0, que promete uma experiência audiovisual mais imersiva, com maior qualidade de imagem e som, além de interatividade avançada, depende de uma infraestrutura robusta para que seu conteúdo possa ser transmitido de maneira eficiente e contínua.
No Brasil, um país de dimensões continentais com uma vasta diversidade geográfica, a cobertura via satélite é essencial para alcançar comunidades rurais e regiões onde a infraestrutura terrestre, como cabos de fibra ótica, é limitada ou inexistente.
Os satélites permitem que o sinal da TV 3.0 seja transmitida diretamente para as antenas das emissoras ou para antenas residenciais, assegurando que os telespectadores em qualquer parte do território nacional possam ter acesso ao conteúdo de alta qualidade, independentemente de sua localização. Hoje no Brasil mais de 11 milhões de lares recebem o sinal de TV diretamente do satélite. E esse número segue crescendo a cada mês.
Além disso, os satélites de comunicação oferecem redundância e confiabilidade ao sistema de transmissão. Em situações de desastres naturais ou falhas em infraestruturas terrestres, os satélites podem continuar a fornecer o serviço de televisão, garantindo que a população continue a receber informações importantes e entretenimento.
Por fim, com a evolução das tecnologias de compressão e transmissão, os satélites de comunicação estão cada vez mais capacitados para suportar a crescente demanda por largura de banda, necessária para a transmissão de sinais em alta definição (HD) e ultra-alta definição (4K e 8K), características fundamentais da TV 3.0.
Dessa forma, os satélites são componentes indispensáveis para a democratização do acesso à TV 3.0 no Brasil, desempenhando um papel vital na inclusão digital e na disseminação de conteúdo de qualidade em todo o país e é fundamental que o setor participe ativamente desde agora de todas as atividades de regulamentação e planejamento da implantação da TV 3.0 no Brasil.