Os satélites e o desenvolvimento do Transporte Inteligente

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Recentemente várias iniciativas têm sido implementadas no Brasil e em todo o mundo, começando a desenhar o caminho para o que tem sido denominado como Transporte Inteligente, a incorporação de tecnologias inovadoras, principalmente a Internet da CoisasIoT– ou Machine to MachineM2M,  aos sistemas de transportes.

Até agora, muito se falou sobre os carros autônomos, conectados, capazes de trocar informações, receber alertas, mapas, assistência etc. Mas quando se fala de Transporte Inteligente, fala-se de todo um ecossistema que inclui semáforos, sensores de tráfego, câmeras, autoridades de trânsito e segurança pública, toda a cadeia de valor de logística, trens, ônibus, navios, aviões, as infraestruturas de transporte, como estradas, ferrovias, rotas marítimas ou aéreas e tudo mais que faz parte do universo de transporte urbano.

Essas tecnologias podem ajudar a direcionar motoristas, redirecionar o tráfego durante desastres meteorológicos, ajustar limites de velocidade baseado nas condições reais do percurso.  Tudo isso com mais segurança e eficiência em todas as áreas de transporte e logística.

Transporte Inteligente e a demanda por dados

Mas para o Transporte Inteligente funcionar, ele precisa estar apto a comunicar grandes quantidades de dados. Esses dados podem ser de vários tipos: sensores de temperatura, vida da bateria do veículo, posicionamento, rotas e desvios, sensores de velocidade, condições meteorológicas, congestionamentos, etc.

Atualmente, o dado coletado das redes terrestres é responsável pela informação enviada entre veículos e as infraestruturas de transporte. No caso das ferrovias, por exemplo, como muitas das linhas passam por áreas remotas com redes de cobertura não confiáveis ou inexistentes, motoristas de trens, engenheiros ferroviários e gestores de transporte não têm meios de comunicação efetivos. Assim, motoristas não podem receber informações sobre tráfego em tempo real e os trens não podem seguir até que recebam atualizações da central de controle. Isso causa grandes atrasos e cria uma variedade de desafios logísticos, aumentando custos operacionais.

O Satélite: comunicação contínua e confiável em qualquer lugar

Serviços de comunicação por satélite, no entanto, já podem ser usados para assegurar que a transmissão de dados seja continua e confiável. Isso inclui principalmente locações remotas e tempo/local onde comunicação terrestre seja inexistente ou não confiável.

Novas constelações de satélite agora têm comunicação de Máquina-para-Máquina (M2M) de Internet das Coisas (IoT). Os dispositivos de satélite IoT tornaram-se menores, mais baratos e mais potentes.

No Brasil um grande projeto em ferrovias, anunciado recentemente, ilustra bem as soluções que a tecnologia de satélite pode proporcionar. Nele são utilizados terminais de comunicação via satélite, que possibilitam que dados de telemetria existentes, gerados por aplicações nas locomotivas, sejam transmitidos em tempo real. Os dados transmitidos por meio da rede de satélites permitem rastreamento preciso e em tempo real de cada veículo e facilita a comunicação entre motoristas, equipes de manutenção e centros de controle regional. Os dados vindos das locomotivas são visualizados em uma aplicação no centro de controle que mostra a ferrovia inteira e a posição de cada veículo, assim como suas velocidades e diagnóstico do motor.

A tecnologia de satélite permite essa comunicação de dados e faz uma transmissão mais abrangente em termos de alcance. Dados do espaço coletados dos satélites fazem essa transferência de informação ser instantânea. Mesmo se outras redes falharem ou forem vulneráveis, os satélites ainda podem coletar e receber dados.

São soluções como essa que tornarão o transporte cada vez mais inteligente, conectando trens, aumentando a velocidade com que objetos podem ser transportados ao longo do país e melhorando a segurança dos trens, veículos e pessoas que os operam.